terça-feira, 29 de maio de 2007
Colaboração em Rede
Momentos de Reflexão - Qual é o melhor tipo de escola para uma criança com Síndrome de Down?
Os pais de crianças com síndrome de Down se defrontam com alguns dilemas quando seus filhos atingem a idade de freqüentar a escola. Se questionam se devem ou não colocá-los numa escola e se essa escola deve ser regular ou especial. "A entrada dos filhos na escola, tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental, representam momentos marcantes para seus pais", explica Fernanda Travassos Rodriguez, psicóloga, terapeuta de família e doutoranda em psicologia clínica na PUC do Rio de Janeiro. "Suscita temores ligados a adaptação e proteção", acrescenta.Momeg
Entretanto, é importante lembrar, esses dois momentos são distintos e geram ansiedades especificas. "Porém, sabe-se que quando a inclusão é bem feita, a socialização começa a se dar de maneira muito fluida", conta. Fernanda Travassos lembra que o nosso modelo de educação tem um padrão que não contribui muito para a inclusão. "Mas com freqüência percebemos boas experiências de inclusão em escolas consideradas ‘alternativas’, são as escolas construtivistas, a montessorianas, e outras", explica.
De acordo com a psicóloga, as duas opções apresentam lados positivos e negativos. Ela explica: "Se de um lado a criança portadora da síndrome de Down tem muito a ganhar em termos sócios afetivos permanecendo no ensino regular, na maioria das vezes, estas escolas têm poucas alternativas para oferecer a estes alunos na apreensão dos conteúdos em sala de aula. Em contraste, as escolas especiais que, cada vez mais são escassas, no entanto, foca-se mais no seu aprendizado formal, usando ferramentas adequadas para a sua aprendizagem".
Fernanda Travassos enfatiza que é no ensino fundamental, quando este é desenvolvido numa escola regular, que os problemas se tornam mais evidentes. "É que a partir do ensino fundamental, quando a criança deve apreender muitos novos conteúdos escolares e, na maioria das vezes, as turmas das escolas regulares são grandes, não permitindo que o professor de uma atenção especializada ao aluno".
Diante do exposto, a pergunta que se coloca é: por qual escola então optar?. Fernanda Travessos alerta que não existe uma "receita de bolo" para estes casos. Ela tem razão pois as crianças com síndrome de Down, assim como outra criança qualquer, são muito diferentes entre si, tanto acerca de sua personalidade quanto em relação aos diversos e variados interesses e habilidades. Esses aspectos devem ser considerados pelos pais na hora da fecharem sua decisão.
"Algumas vezes aconselhamos uma mescla destes modelos", diz a psicóloga. Porém, quando os pais não conseguem escolher e sentem um peso muito grande sobre a sua responsabilidade, argumentando de forma legítima que não são especialistas em educação, eles devem buscar um profissional qualificado da área de psicologia ou pedagogia para que os ajude a fazer essa opção de forma coerente com o seu modelo de família e levando em conta a singularidade de seu próprio filho. "Uma experiência exitosa para um amiguinho pode ser desastrosa para o seu próprio filho, visto que cada indivíduo portador ou não de síndrome de Down é única", ressalta Fernanda Travassos.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Uma experiência emocionante
Mil dicas sobre a Síndrome de Down e a Inclusão
domingo, 20 de maio de 2007
Bem Vindo à Holanda
Escolhemos este vídeo para nos trazer uma reflexão sobre a Síndrome de Down. Vale a pena esperar um pouco pra baixar!
Nosso olhar sobre a Inclusão de alunos Down
Manaíra para vizualizar melhor.
O que estamos oferecendo às crianças com necessidades especiais?
A nossa Constituição estabelece em seu artigo 208 que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, mas como isto efetivamente pode se dar no sistema atual de ensino?
O que esperamos com esta proposta é que as crianças com Síndrome de Down tenham igualdades de oportunidades, de valorização entre as pessoas, no desenvolvimento de habilidades, talentos pessoais, papéis sociais compatíveis com o contexto de vida, cultura, idade e gênero, como prioriza a nossa lei maior.
O interesse pela adaptação ao meio e a valorização dos papéis sociais, presentes na maioria das propostas educativas, decorrem da autonomia, como finalidade da educação de pessoas com deficiência. O portador da Síndrome de Down é capaz de compreender suas limitações e conviver com suas dificuldades, "73% deles tem autonomia para tomar iniciativas, não precisando que os pais digam a todo o momento o que deve ser feito." Isso demonstra a necessidade/possibilidade desses indivíduos de participar e interferir com certa autonomia em um mundo onde "normais" e deficientes são semelhantes em suas inúmeras deficiências.
Normalmente à criança que apresenta Síndrome de Down desde o nascimento inicia-se uma trajetória de estimulação precoce no setor de fisioterapia. Por volta dos três anos, quando já pronuncia palavras, a estimulação passa a ser paralela com a fonoaudiologia com trabalho específico, foi o caso de Manaíra, a menina que escolhemos para apresentar o trajeto de um Down, numa classe inclusiva.
Os pais de Manaíra optaram por não matriculá-la numa classe normal, por achar que seria excluída, nem na APAE, mas buscaram importantes atendimentos particulares e especializados como: psicóloga, psicopedagoga, Curso de Kumon, ainda assim, houve falha quanto à socialização e relacionamento e por isso, segundo a professora, quando a menina chegou à Escola Estadual Pedro Vicente da Rosa, aos dezessete anos, por opção dela, mantinha uma postura infantilizada, com tendências a teimosia. Era uma criança mimada e manhosa, exigindo muita intervenção no sentido do estabelecimento de limites, normas e regras, mas rapidamente assimilou, entendendo que não era um bebê, mas uma moça e deveria ter uma postura adequada à idade.
Os colegas e alunos da escola foram preparados para: lidar com as diferenças individuais; respeitar os limites do outro; partilhar processos de aprendizagem; compreender e aceitar os outros; reconhecer as necessidades e competências dos colegas; respeitar todas as pessoas; construir uma sociedade mais solidária; desenvolver atitudes de apoio mútuo; criar e desenvolver laços de amizade; preparar uma comunidade que apóia todos os seus membros e diminuir a ansiedade diante das dificuldades. Com isso sua adaptação foi natural e muito rápida, mantendo excelente relacionamento com os colegas e professores e toda a comunidade escolar.
Na escola é unânime ouvir: o amor incondicional que recebe da família se reflete na excelente auto-estima e na alegria que tem em viver, da mesma forma que apresenta em sua aprendizagem. Acreditamos que isso vem a ser Educação Inclusiva porque oportuniza o acesso, a permanência e o aproveitamento na escola, independentemente de qualquer característica peculiar que os alunos apresentem ou não.
Educação Inclusiva pressupõe que o professor, a família e toda a comunidade escolar estejam convencidos de que: todos os alunos com ou sem deficiência participem ativamente de todas as atividades na escola e na comunidade; cada aluno é diferente no que se refere ao estilo e ao ritmo da aprendizagem; os alunos com deficiência não são problemas: A escola entende esses alunos como pessoas que apresentam desafios à capacidade dos professores e da escola para oferecer uma educação para todos, e o aluno é quem que produz o resultado educacional, ou seja, a aprendizagem. Os professores atuam como facilitadores da aprendizagem dos alunos, com a ajuda de outros profissionais, tais como professores especializados em alunos com deficiência, pedagogos, psicólogos.
Estas são razões pelas quais, a adaptação e integração de Manaíra ao grupo foram naturais e aconteceram muito rápido. Aprende tudo o que é ensinado pelos colegas, no seu tempo. Ela tem uma família que vibra com e por ela.
Os professores precisam estar conscientes de sua importância e da função que desempenham, no caso de ter um aluno com síndrome de Down, na sala. Como se vê, é na relação concreta entre o educando e o professor que se localizam os elementos que possibilitam decisões educacionais mais acertadas, e não somente no aluno ou na escola. O sentido especial da educação consiste em amar e respeitar o outro, que são as atitudes mediadoras da competência ou da sua busca para melhor favorecer o crescimento e desenvolvimento destes. O conhecimento de uma abordagem holística, no sentido de integração e revelação do contexto de vida do portador da síndrome. A relação com seus pais pode revelar expectativas e ou frustrações, com irmãos pode determinar sentimento positivo como grande afetividade, ou negativo como vergonha, e amigos, que pode trazer informações sobre preconceitos e conquistas de espaço. Ter acesso aos outros profissionais, como fonoaudiólogos e fisioterapeutas envolvidos no desenvolvimento deste indivíduo, podem também trazer contribuições significativas para as ações do professor em sala de aula.
Isso é muito importante para que avaliação do aluno se dê no todo. Manaíra é observada, desde seu equilíbrio estático ao equilíbrio dinâmico e de objetos, sua dicção, tátil, térmico, olfativo gustativa, as habilidades e percepções, figura fundo, memória visual, sua coordenação viso motora. O esquema corporal, a orientação espacial e temporal são trabalhadas e avaliadas constantemente. Também sua atitude em relação ao material, às atividades que realiza sozinha. Transmissão de recados, cuidados com a roupa, higiene, noções de dinheiro e conhecimento de recursos na comunidade, supermercado, etc. Seu desejo é ser alfabetizada, ou seja, saber ler e escrever tudo, porque o namorado tem MSN e ela não pode namorar on line.
A dedicação da professora apresentada é impressionante. Os alunos fazem passeios e jantam fora seguido e levam sempre a colega junto para sentir-se incluída perante a sociedade. Participam em oficinas de “mosaicos”, e estão fazendo o curso de informática e Manaíra aprendeu a usar o mause , adora desenhar no paint.Como já reconhece as cores, letras e números, desenha e quer juntar as letras.
Sua construção do conhecimento, das letras, dos números é mais lenta do que os demais, porém a compreensão de mundo é compatível com qualquer pessoa dita “normal”. Seus interesses e manifestações são iguais a qualquer adolescente, inclusive o interesse por meninos.
Muitas pessoas confundem a deficiência mental (síndrome de Dawn) com a doença mental (esquizofrenia, paranóias e outras), o que não é correto. São fenômenos completamente diferentes. A pessoa com deficiência mental não tem surtos, não tem ataques e não tem convulsões. É perfeitamente possível conviver com ela de aprendizagem criança a criança: oferecem a oportunidade de compreender melhor as pessoas que, por qualquer motivo, são diferentes (maneira de vestir, crenças, língua, deficiências, raça, capacidades). Quando as crianças compreendem que toda criança é diferente, deixam de fazer brincadeiras cruéis e podem se tornar amigos.
A Educação Inclusiva pressupõe que todas as crianças tenham a mesma oportunidade de acesso, de permanência e de aproveitamento na escola, independentemente de qualquer característica peculiar que apresentem ou não.
Para que isso ocorra, é fundamental que as crianças com deficiência tenham o apoio de que precisam, Mas, o mais importante de tudo, é que a o professor, a família e toda a comunidade escolar estejam convencidos de que: cada aluno é diferente no que se refere ao estilo e ao ritmo da aprendizagem; os alunos com deficiência não são problemas; esses alunos são pessoas que apresentam desafios à capacidade dos professores e das escolas para oferecer uma educação para todos, respeitando a necessidade de cada um; que podem contar com a ajuda e também podem ajudar os colegas a lidar com suas dificuldades para que possam conviver com as demais crianças.
Se por um lado, a criança portadora da síndrome de Down tem muito a ganhar em termos sócio-afetivos permanecendo no ensino regular, na maioria das vezes, as escolas têm poucas alternativas para oferecer a estes alunos na apreensão dos conteúdos em sala de aula. O problema não é deixar a criança com down nessa ou naquela escola, o problema é como evitar a exclusão e, ao mesmo tempo, incentivar a criança em seu desenvolvimento intelectual e emocional. Percebemos, no caso relatado, que foi e está sendo possível um trabalho de envolvimento e desenvolvimento da aprendizagem do grupo, porém temos casos mais graves, considerados não tão moderados, específicos para salas de educação especial, com profissional capacitado para tanto.
Infelizmente ou felizmente não há uma "receita de bolo" para estes casos. As crianças com síndrome de Down, assim como outra criança qualquer, são muito diferentes entre si, tanto acerca da sua personalidade, quanto em relação aos diversos e variados interesses e habilidades. Mas como mudar o sistema sem propor uma mudança nos seus componentes? Antes de qualquer coisa temos de entender que fatores internos à estrutura escolar, tais como a organização (administrativa e disciplinar), o currículo, os métodos e os recursos humanos e materiais da escola são determinantes para a inclusão desses alunos com deficiência. Contudo, a figura do professor neste contexto é ainda mais relevante, uma vez que este é desenvolvedor das ações mais diretas no processo de inclusão, quais sejam lidar com as diferenças e preconceitos por parte de pais e alunos; com as expectativas e possíveis frustrações dos familiares portadores da síndrome; com as limitações e alcances dos próprios portadores, dentre outras. Neste novo paradigma, se verifica o surgimento de novas e maiores responsabilidades e parece clara a necessidade de uma formação mais eclética para o professor, que inclua conhecimentos teóricos específicos com fundamentos médicos, psicológicos, pedagógicos e sociológicos. Mas ainda temos discussão que permeiam nas escolas: a criança com síndrome de Down deveria acompanhar a sua turma regular mesmo quando não apreende os conteúdos formais da mesma? Existe um benefício do entrosamento dentro de um grupo da mesma idade que pese mais do que o aprendizado em si, ou a criança deveria ficar em uma mesma série até apreender bem estes conteúdos?
No caso da Manaíra percebemos que, mesmo algumas destas respostas já apareceram, porém as escolas estão realmente preparada para uma educação inclusiva?
Bibliografia:
FernandaTravassos-Rodriguezredesaci_educ_incl[1]
Entrevista com Sueli das Graças Martins Pinto Antoniolli
Voivodic, M. A. M. A. (2004). Inclusão escolar de crianças comSíndrome de Down. Petrópolis: Vozes
Fui conhecer Jaison, um menino Down
Na minha escola não há nenhum aluno com Síndrome de Down. Todos eles freqüentam a escola especial. Mas Jaison foi nosso aluno durante alguns anos, época em que freqüentava também a APAE em alguns turnos inversos. Hoje Jaison tem 18 anos e optou, desde o ano passado apenas pela escola especial. Como nunca foi meu aluno, resolvi buscar informações com as professoras, a família e especialmente com o próprio. Antes de começar meus estudos sobre esta deficiência, desconhecia praticamente tudo a seu respeito. E lá fui eu!!!
No final da tarde liguei para a casa dele para agendar uma visita. Quem atendeu foi ele mesmo e quando cheguei em sua casa, veio ao meu encontro. Durante a visita demonstrou muita simpatia e descontração. Revelou um carinho muito grande pela irmã e fez questão que tocasse gaita para mim entre uma cuia e outra de chimarrão. Os pais contaram um pouco de sua história: Jaison começou a caminhar e balbuciar algumas palavras em torno de dois anos de idade. Precisou fazer cirurgia no abdômen, pois tinha problema gástrico. Desde cedo freqüentou a APAE para receber atendimento especializado e gosta muito . Na escola normal, freqüentou até a 5ª série, mas acabou se frustrando, segundo ele, pelo fato de não poder acompanhar o rendimento dos outros colegas , ou seja, não gostava de reprovar. Na verdade, ele sempre foi avaliado e promovido para a série seguinte considerando mais sua socialização, pois não está alfabetizado. Apenas escreve o nome e sobrenome.
Segundo os pais, Jaison é extremamente organizado, auxilia nas tarefas de casa, arruma impecavelmente seu quarto e sai para algumas compras no mercado. Gosta muito de mexer no computador, especialmente para jogar. Realiza tarefas de forma independente.Leva uma vida quase normal. Convidei–o para que retribuísse a visita , vindo à minha casa.
Na manhã seguinte, fui buscá-lo. Mal estacionei o carro e lá estava ele vindo ao meu encontro. Dessa vez estava sozinho, mas mesmo assim ficou à vontade e conversou comigo e minha família, apesar de demonstrar dificuldades para articular sua fala. Meu objetivo era colocá-lo frente ao computador para observar como interagia. Conseguiu escrever o nome, reconhecendo as letras, mas de forma mecânica. Escreveu também sua idade. No jogo de memória demonstrou muita habilidade e ótima percepção. Ao sair presenteei-o com uma faixa do time preferido, o Internacional.
Nesses dois breves encontros percebi nele uma criança grande, extremamente afetivo, muito acarinhado pelos que o rodeiam. Percebi um garoto feliz e de bem com a vida.
Entrevista Equipe Pedagógica da APAE de Nova Bassano
Aos 4 anos já começa a ser trabalhada na educação infantil, faz fisioterapia, fono, socialização em sala de aula. Conforme seu progresso, começa todo um trabalho. Sua adaptação em sala de aula se dá através de estimulo, principalmente dos pais, a integração com colegas e sua pré-disposição para querer aprender. O Down não necessita de adaptações físicas, normalmente não são cadeirantes.
Na escola especial, são utilizadas tecnologias para auxiliar a aprendizagem dos alunos? Quais? De que forma elas tem contribuído para isso?
Como se dá a avaliação?
A avaliação do aluno se dá no todo. Se observa desde seu equilíbrio estático ao equilíbrio dinâmico e de objetos. É avaliada sua dicção, tátil, térmico, olfativo gustativa, as habilidades e percepções, figura fundo, memória visual, sua coordenação visomotora. O esquema corporal, a orientação espacial e temporal são trabalhadas e avaliadas constantemente. Também sua atitude em relação ao material, às atividades que realiza sozinho. Transmissão de recados, cuidados com a roupa, higiene, noções de dinheiro e conhecimento de recursos na comunidade, supermercado, etc.
Tudo o que você desenvolver com o aluno, seja na teoria quanto na prática, apresentando dificuldade ou não, parte muito da forma que você vê o problema, sente e se determina a resolvê-lo.
O aluno com Síndrome de Down chega até uma determinada fase como uma subida lenta e chega a um platô que o que interessa não é buscar o novo, mas conservar o que já aprendeu e não esqueceu.
Escola Virtual para alunos com síndrome de down - um exemplo que tudo é possivel!
Ao ler este artigo Escola Virtual para pessoas com síndrome de Down: ambientes de aprendizagem telemáticos como alternativa de desenvolvimento, é possível encarar este assunto com pelo menos outros olhares e ver que a dificuldade existe sim, mas ela não é sinônimo de impossibilidade. Para saber mais clique aqui
Inclusão não pode ser apenas utopia
Preconceito é maior entrave para ensino de crianças com deficiência
domingo, 13 de maio de 2007
Momentos de Reflexão - O Papel dos Pais na Educação dos Filhos Downs
Volta por cima Uma geração de portadores de Down leva uma vida normal e derruba um preconceito secular
sábado, 12 de maio de 2007
Momentos de Reflexão - Capacitação dos Professores - Sem Preconceitos
Síndrome do Desafio
Cena 1 — Maio de 1996: A professora da 3ª série chama a mãe da aluna e diz, sem meias-palavras: "Sua filha já aprendeu tudo o que conseguiria aprender. Não há mais o que fazer, no que insistir. A partir de agora, ela não aprenderá mais nada. Será uma perda de tempo trazê-la para a escola. Coloque-a num clube, leve-a para brincar, praticar um esporte…"
Cena 2 — Primeiro semestre de 2006: No consultório da médica, enquanto era submetida a uma endoscopia, a paciente lhe pergunta: "A senhora tem uma filha com Down, né? Eu também tenho uma. A minha tem 26 anos. A sua já aprendeu a ler e escrever?" A médica, com orgulho indisfarçável, responde: "A minha está na faculdade…" É verdade. A filha daquela médica chegou à faculdade. Venceu preconceitos, driblou prognósticos, enfrentou o mundo e toda a carga de discriminação que vem embutido nele. Venceu a maldade, a intolerância e a impaciência alheias. Venceu os próprios limites. Venceu a si mesma. A filha daquela médica é, hoje, uma das cinco pessoas com necessidade especial, em todo o país, a fazer um curso superior. As outras quatro são de Recife, Porto Alegre, Joinville e Curitiba. A filha daquela médica é umas das 300 mil pessoas que vivem com síndrome de Down no Brasil.
Érica tem a estranha mania de ser feliz. Oito de agosto, início da noite, 1986, Hospital São Braz, Asa Sul. Nasce a pequena Érica. Os exames pré-natais indicavam um bebê saudável. Peso, altura, batimentos cardíacos, tudo normal. Era a segunda — e última — filha da mineira Valéria Duarte Nublat, então com 32 anos, e do engenheiro francês Michel Nublat, 36. Os dois haviam acabado de retornar de Paris. Johanna Nublat, a filha mais velha, que nasceu naquele país, começava a andar. E torcia para que a irmãzinha nascesse logo. Queria correr com ela pelo meio da casa e brincar de boneca. Assim que a menina nasceu, a mãe, médica, logo percebeu alguma coisa diferente. Talvez os olhinhos mais amendoados, o corpo mais molinho do que comumente tem um recém-nascido. No dia seguinte, logo nas primeiras horas, veio a confirmação. Érica tinha Down. "Lembro-me de que, mesmo sendo médica, não sabia nada sobre síndrome de Down. Havia estudado isso em pediatria, genética, mas não tinha me aprofundado", conta Valéria, hoje com 52 anos. E admite: "Senti medo. Medo do que viria pela frente, daquela situação desconhecida". Michel, o pai, hoje com 56 anos, tentou entender o que os dois fariam, a partir daquele momento. Em quais portas bateriam. Juntos, só tinham uma certeza: a filha viveria e seria feliz. Um médico amigo de Valéria também tinha um filho com Down. Ela ligou para ele e pediu ajuda. Foi o primeiro que lhe deu dicas. Falou sobre especialistas, estimulação precoce, por onde começar. Disse-lhes que havia uma saída. Que tudo seria possível. Luta sem fim E assim Valéria fez. Foi atrás de profissionais especializados. Com um mês de vida, Érica começou a ser submetida aos primeiros estímulos. Vieram fisioterapeutas, pediatras, neurologistas, uma vasta equipe multidisciplinar. Com um ano, Érica começou a andar. O desenvolvimento motor era mais do que os pais esperavam. Com um ano e meio de vida, pai e mãe levaram a filha para São Paulo. Foram os momentos mais difíceis. A menina foi submetida a uma cirurgia de coração, para corrigir um problema que geralmente acomete pessoas com Down, a comunicação interventricular. A cirurgia foi um sucesso. Meses depois, Érica retornou a Brasília. Estava plenamente recuperada, sem nenhuma seqüela. E tocou a vida. Aos 2 anos, começou a freqüentar o maternal. Repetiu um ano.
Correio Brasilense: 08/03/2007
O que pode ser feito para prolongar a vida de quem é Down?
A hora da família - Marcados pela baixa expectativa de vida, portadores da síndrome de Down ganham o apoio da família, da estimulação e da inserção social para chegarem à terceira idade. (Nessa matéria um testemunho comovente de amor à família)
Aos 56 anos, Zé Bins (ao centro) vive sob os cuidados da sobrinha e da tia desde que sua mãe adoeceu
Sem limites para a vida - Com o avanço da idade, portadores da Síndrome de Down precisam de mais cuidados médicos e da atenção integral da família. ( Nessa matéria, também dicas para entender mais sobre a Síndrome.)
Apaixonada por dança, Kátia (no centro, com as irmãs) não abandonou a escola especial e chegou aos 45 anos com vitalidade
Foto(s): Fernando Gomes/ZH
Escola para a longevidade - Com olhos atentos nos livros e revistas, José Carlos Martins Bins, 56 anos, o Zé, aproxima-se do mundo da fantasia, das celebridades e das notícias. A viagem informativa ocorre diariamente graças ao tempo em que freqüenta a Escola de Educação Especial Nazareth (Apae/POA): até hoje, são 36 anos de sala de aula. ( Um testemunho de como a educação pode fazer a diferença na vida dessas pessoas).
Incidência de câncer - Qual a probabilidade do Down ter câncer?
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Momentos de Reflexão: Síndrome de Down e a Informática educativa
Essa citação mostra uma tecnologia poderosa, onde é preciso ter o domínio sobre ela, sem perder o bom senso.
O uso do computador enfatiza a construção do conhecimento, pois o computador é uma nova maneira de representar o conhecimento, provocando um redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas idéias e valores. Usar o computador com essa finalidade requer a análise cuidadosa do que significa ensinar e aprender.
São objetivos da Informática Educativa:
Capacitar o aluno para o mercado de trabalho;
Utilizar a Informática para reforçar aspectos psicopedagógicos;
Usar a sala de Informática como local de desenvolvimento de projetos de interdisciplinaridade;
Utilizar a informática como recurso didático no processo ensino-aprendizagem;
Inserir o aluno no contexto da sociedade pós-moderna;
Utilizar o computador como ferramenta nas tarefas do dia-a-dia.
Por esse motivo, o uso da informática com o intuito de integração destes deficientes ao mundo digital é a alternativa mais adequada, pois o uso do computador facilita a compreensão da criança sobre um determinado assunto, seja o seu próprio corpo ou meio em que vive.
Segundo Papert (1988), a presença do computador contribui para processos mentais, influenciando o pensamento das pessoas. As crianças podem ser construtoras de suas próprias estruturas intelectuais.
Os trabalhos de informática realizados por crianças portadoras da Síndrome de Down mostram enriquecimento de suas possibilidades, podendo oportunizar interações diversas, no campo afetivo, humano, social, individual, que ajudarão no seu crescimento integral.
Apesar de suas limitações, a criança deficiente troca idéia com seus companheiros, com o professor e com o meio que vive, respeita os seus próprios limites, trabalhando no tempo, ampliando assim o seu campo cognitivo. Seu potencial é muito grande, e cada vez mais os portadores de Síndrome de Down estão ganhando o seu espaço na sociedade, freqüentando escolas regulares e participando ativamente da vida social do seu grupo.
Por fim, a informática, a serviço de um projeto educacional, propicia condições aos alunos de trabalharem a partir de temas, projetos ou atividades extracurriculares. O computador é apenas e tão somente um meio onde se desenvolve inteligência, flexibilidade, criatividade e inteligências mais criativas.
Fonte: http://comp.uniformg.edu.br/plone/artigos2006/francisco/Ercomp_Artigo03
Síndrome de Down e a História
Há indícios de que síndrome de Down existe há milhares de anos
As evidências históricas indicam que é provável que sempre tenha havido pessoas com síndrome de Down na humanidade.
Segundo alguns pesquisadores, como Siegfried M. Pueschel, autor de livros como A Parent´s Guide to Down Syndrome - Toward a Brighter Future, muitos artistas da Idade Média e do Renascimento usaram pessoas que nasceram com a síndrome de down na hora de pintar figuras angelicais e o menino Jesus.
O uso de pessoas com síndrome de Down como modelos de seres celestiais teria sido um hábito tão comum como usar rapazes na hora de retratar figuras femininas, como fez, por exemplo, Leonardo Da Vinci.
Civilização Olmeca
Entre as obras de arte que mostrariam anjos e o menino Jesus com traços da síndrome de Down estão, por exemplo, a Virgin with Child, do artista italiano Andrea Mantegna (1431-1506, quadro exposto no Fine Arts Museum, em Boston.
Nesta pintura, o menino Jesus apresenta traços comuns entre as pessoas que nasceram com a síndrome de Down como o formato dos olhos, o tamanho do pescoço, a posição das orelhas e, principalmente, a distância maior entre o dedão do pé dos demais dedos.
Pueschel volta mais ainda no tempo na hora de coletar evidências sobre a existência de pessoas com Down na humanidade.
Alguns pesquisadores, mencionados por Pueschel, acham similaridades entre certos traços faciais de figuras da civilização Olmeca, que viveu há 3 mil anos na América Central, com a do rosto dos portadores da síndrome de Down.
Eu sou down
Dia 21 de março - Dia Nacional da Síndrome de Down.
Jorge Linhaça
Este poema foi uma contibuição de um colega da lista de discussão Vivência Pedagógica, onde divulguei o blog.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
terça-feira, 8 de maio de 2007
As tecnologias e o Processo de Inclusão
Veja o projeto de Interfaces para um Jogo Multimídia produzido por professores de Santa Maria direcionado a portadores de Síndrome de Down
O Processo de Inclusão é um processo de aprendizado
Mas o que a lei diz sobre os Portadores de Síndrome de Down?
Constituição
O artigo 208 determina que 'o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino'.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Estabelece a divisão do ensino regular e especial, admitindo a possibilidade de substituição do regular pelo especial.
Conselho Nacional de Educação
A Resolução nº 2 do conselho, de dezembro de 2001, defende que as escolas comuns acolham alunos com deficiências para promover a inclusão social. Admite ainda salas especiais, em caráter temporário, para crianças e adolescentes.
E agora? Você está grávida de um Down. Então...
Freqüentemente me pedem para descrever a experiência de dar luz uma criança portadora de necessidades especiais. Eu diria assim: Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias para a Itália. Você compra um monte de guias e faz planos maravilhosos: o Coliseu, o Davi de Michelangelo, as gôndolas em Veneza... Você até aprende algumas frases em italiano. É tudo muito excitante. Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia. Você arruma as malas e embarca. Algumas horas depois, você aterrisa. O comissário de bordo chega e diz: "Bem-vindo à Holanda!". Holanda? - diz você. O que quer dizer com Holanda? Eu escolhi a Itália! Eu devia ter chegado à Itália. Toda a minha vida eu quis conhecer a Itália! Mas houve uma mudança no plano de vôo. Eles aterrisaram na Holanda e é lá que você deve ficar. O mais importante é que eles não levaram você para um lugar horrível e desagradável, com sujeira, fome e doença. É apenas um lugar diferente. Você precisa sair e comprar outros guias. Deve aprender uma nova língua e irá encontrar pessoas que jamais imaginara. É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália. Mas, após alguns minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor. Começa a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrandt e Van Gogh. Mas, todos os que você conhece estão indo e vindo da Itália, comentando a temporada maravilhosa que passaram lá. Por toda a sua vida você dirá: Sim, era onde eu deveria estar. Era tudo o que eu havia planejado. A dor que isso causa, nunca, nunca irá embora, porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa. No entanto, se passar toda a vida remoendo o fato de não ter chegado à Itália, nunca você estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais existentes na Holanda.
Fonte: Revista Missão Jovem/Nº:203 /Pág.12/agosto/2001
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Mitos e verdades
Não é verdade. Muitas são incentivadas a sorrir e a abraçar de forma exagerada, e se encaixam no estereótipo.
Parecem mais sinceras.
Sim. Costumam ter uma franqueza desconcertante para pessoas preocupadas com alguns códigos sociais. A censura é menor, porque são menos enquadradas.
A síndrome de Down é uma doença.
Não. As pessoas que nascem com a trissomia 21 não são doentes, elas têm SD ou são Down.
Quem nasce com Down morre muito jovem.
Não. Cardiopatias congênitas não diagnosticadas no passado, e que afetam um em cada três bebês Down, aliadas à baixa imunidade não tratada, provocavam a morte aos 15, 16 anos. Hoje, graças à medicina moderna e a atenção dos pais, 80% dos Down passam dos 35 anos, e muitos passam dos 50.
O Down é incapaz de andar, comer e se vestir sozinho?
Não. Mas ainda há médicos que dizem isso para os pais na maternidade.
Relacionamentos de amizade, amor e sexo são possíveis?
Sim, claro. Também sentem antipatia e ódio.
Têm uma sexualidade exacerbada.
Não. Adolescentes Down gostam de sexo como qualquer adolescente. Mas, por serem mais reprimidos pela sociedade, tendem a falar mais sobre sexo, como forma de reagir à repressão e se impor.
Down é mais comum entre brancos?
Não. A incidência é igual entre brancos, negros e asiáticos.
Homens e mulheres Down podem ter filhos?
Mulheres costumam ter o aparelho reprodutor apto a ter filhos. Homens, até prova em contrário, são estéreis.
Todos os Down vão desenvolver o mal de Alzheimer?
Não. Muitos apresentam sinais de demência a partir dos 40 anos, mas não é inevitável. Estudos sugerem que o índice de demência é igual ao do resto da população, mas acontece 20 ou 30 anos mais cedo.
Entendendo a Síndrome de Down
domingo, 6 de maio de 2007
Nosso desafio
Definir seu perfil: idade, série, sexo, dificuldades específicas, deficiência, etc.
Ver algumas questões que podem ser tratadas pelo grupo para tornar sua
classe inclusiva para esse aluno. Incluir outras questões relevantes:
Sua preparação prévia para iniciar o processo educacional com este aluno.
-Diagnóstico das condições do aluno, que sejam importantes para sua
integração na sala de aula.
-Adaptação do aluno à sala.
-Adaptações físicas da sala.
-Instalação de artefatos tecnológicos necessários.
-Solução para entraves ao desenvolvimento didático devido à deficiência.
-Ações de acolhimento coletivas, que incluam os demais alunos e outros
atores da escola.
-Desenvolvimento de atividades visando integração com os outros alunos.
-Execução de exercícios e provas.
-Trabalhos cooperativos com outros alunos.
-Avaliação do aluno.
-Interação com a família do aluno.
-Outros temas relevantes.
Então colegas, para começar vamos entender o que é a Síndrome de Down???